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3/4 de Mim

3/4 de Mim

Do prazer de ler: "O Carteiro de Pablo Neruda"

Um livro que me "roubou" uma noite... Comecei a ler e não consegui parar até o acabar... Delicioso!

 

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Uma história que se passa no Chipre, na ilha Negra e que narra a história de amizade entre um carteiro e um poeta de grande sucesso: Pablo Neruda.

 

Mario Jiménez, um jovem pescador, decide, um dia, que não foi talhado para os trabalhos no mar e resolve abandonar o seu ofício para se tornar carteiro, tornando-se assim no carteiro do poeta Pablo Neruda, o único que recebe e envia correspondência na Ilha Negra.

Mario sente uma enorme admiração por Pablo Neruda e aguarda o dia em que aconteça mais do que uma breve troca de palavras ou o simples gesto da gorjeta depois das entregas.

O seu desejo ver-se-à finalmente realizado e entre os dois vai estabelecer-se uma relação muito peculiar e lentamente vai nascendo uma amizade entre ambos que ficará para sempre.

 

O empregado dos correios, apaixonadíssimo pela bela jovem da estalagem, Beatriz González, pede ajuda a Pablo Neruda, para com os seus poemas, conquistar o coração da sua amada. Mais tarde acabam mesmo por casar-se e tendo como testemunha o próprio Pablo Neruda.

 

Entretanto o poeta é nomeado para embaixador do Chile em França. Com isto, a vida de ambos tomou rumos diferentes, mas o sentido da amizade prevaleceu. 

Mas com a partida de Neruda, Mario entrega-se a sentimentos de revolta com a vida e com a sua condição social.

 

Tempos mais tarde, deparado com uma doença que o levará à morte, Pablo Neruda, volta à ilha, local de que tinha saudades.

Não tardou que o poeta fosse levado para Santiago, onde viria a morrer na Clínica Santa Maria, a 23 de Setembro de 1973. A televisão noticiou a morte de Neruda. Mario não dormiu nessa noite e, por volta das cinco da manhã, vieram-no buscar para uma acção de rotina. O que aconteceu ninguém sabe, mas a consciência política pode revelar-se um perigo quando serve para despertar outras ...

 

Embora bastante ficcionada, a história é um verdadeiro poema e um  hino à liberdade mas que também consegue transmitir a quem o lê de que nunca é tarde para mudar de vida ou que é possível todos os dias aprendermos algo novo.

 

A adorável “Inocência” de Mário e a dedicação que dispensou ao poeta fez com que que o livro me arrancasse bastantes sorrisos e algumas gargalhadas, na fase inicial.

Este livro escrito de uma forma poética quase cantada, mas ao mesmo tempo cómico, pela “pureza” dos seus personagens.

 

O autor deixa transparecer claramente uma certa ”mágoa” pelo destino do Chile e é notória a admiração por Neruda e por Salvador Allende e, em várias ocasiões, mostra claramente as suas opções políticas (ou não tivesse Skármeta sido obrigado a exilar-se durante 16 anos).

 

Adorei este livro, pela emoção que me fez sentir.

É definitivamente um livro a ler (pelo menos uma vez na vida) e é tão pequenino que não há como ser cansativo ou maçudo. 

 

 

O Carteiro de Pablo Neruda deu origem a duas versões cinematográficas sendo a segunda um estrondoso êxito. Um filme realizado por Michael Radford sobre a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e um humilde carteiro que deseja aprender a fazer poesia.

 

E não podia deixar de falar de livros hoje... Afinal é o Dia Mundial do Livro e para mim é um enorme prazer ler.

 

Pensa que um elefante tem o mesmo número de letras que mariposa e é muito maior e não voa.