"A História do Amor",de Nicole Krauss, foi um dos livros que escolhi e ofereci a mim mesma para ler na minha lua de mel e foi uma óptima escolha.
É absolutamente apaixonante, enternecedor e envolve-nos com uma escrita criativa e numa história cativante narrada por três personagens e três histórias paralelas que estão ligadas, direta e ou indiretamente a um livro chamado A História do Amor.
Um livro escrito pelo Leopold Gursky, um jovem polaco, como forma de declarar o seu amor a Alma com quem teve uma curta e apaixonante relação. Um relação que muda para sempre a sua vida.
Quando a Polónia foi invadida pelos Nazis Leo precisou de deixar o país e acabou por deixar o seu manuscrito com um amigo.
Quem inicia a narrativa é o próprio Leo, sessenta anos mais velho, que vive em Nova York e que faz de tudo para chamar a atenção porque o assusta uma morte solitária. Faz da sua amizade com Bruno, outro exilado, uma defesa contra a solidão.
A segunda narradora do livro é uma jovem americana chamada Alma Singer em homenagem à personagem principal do livro favorito dos pais: A História do Amor.
É uma adolescente curiosa, atenta e corajosa que vive numa dualidade entre a necessidade de manter viva a memória do pai que faleceu e a necessidade de arranjar um namorado para a mãe que nunca mais viveu feliz desde a morte do pai.
Alma vem trazer um dinamismo muito interessante à história e fazer com que tudo se comece desenrolar e a interligar.
Há ainda um terceiro narrador, mas não é fácil perceber se é a própria autora, Nicole, ou um crítico literário que escreve sobre Zvi Litvinof, um professor no Chile que esclarece um mistério acerca do manuscrito do livro A História do Amor.
É através do envolvimento destas histórias que vamos, como num quebra-cabeças, desvendando o mistério que nos levará a um final que, definitivamente, é emocionante e envolvente.
É um livro profundo, misterioso e muito bem escrito. É um romance complexo e ao mesmo tão simples e puro que se torna impossível de se esquecer.
Era uma vez um rapaz que amava uma rapariga e a sua gargalhada era uma questão que ele queria passar a vida toda a responder".
Um livro escrito na primeira pessoa, no entanto a personagem principal, Siddhartha, fala sobre si próprio na terceira pessoa.
Siddhartha consegue fazer-nos emergir numa reflexão muito profunda sobre nós próprios, sobre o nosso crescimento e sobre os nossos sonhos. Gostava muito de o ter lido na adolescência quando ainda podia moldar muita coisa, mas provavelmente não daria a devida importância.
É perfeito para quem gosta particularmente de doutrinas orientais, como o hinduísmo e tenha curiosidade em descobrir um pouco mais sobre elas. É de leitura muito fácil e evolvente mesmo para quem não tem interesse ou curiosidade porque o livro de Hermann Hesse é sobretudo sobre reflexão.
Durante a leitura pensei muitas vezes nos pormenores simples da vida que tantas vez complicamos e Siddhartha alerta-nos para o facto de, muitas vezes, estarmos tão cegos para atingirmos um objectivo, que quando nos encontramos com o sonho sorrimos para ele e passamos ao lado para continuarmos à procura.
Mostra-nos também que tudo na vida é necessário, tudo faz parte de um ciclo: o sofrimento, a alegria, o erro. Sem experimentar tudo isto, não estamos completos. Nunca olharemos para as desgraças, para o sofrimento ou para a alegria dos outros com compreensão.
Não devemos procurar o sentido da vida mas vivê-la com o máximo de amor, paixão e compaixão. Para o nosso bem e de todos.
Normalmente escolho livros com temáticas diferentes mas este foi especial e marcante. Um livro que foi lido em plena Ásia o que ainda o tornou mais especial e marcante para mim.
“Os conhecimentos podem ser transmitidos, mas nunca a sabedoria.”
Quatro livros viciantes e envolventes da escritora Elena Ferrante.
A escritora italiana está envolta num mistério, já que ninguém sabe quem é, e por se recusar a dar entrevistas públicas. Sabe-se apenas que cresceu em Nápoles tal como as duas personagens principais dos seus livros: Elena (a narradora) e Lila (a melhor amiga).
O inicio da história retrata a infância das duas amigas, os ambientes e os acontecimentos que marcaram a vida delas, das respectivas famílias, dos amigos e do bairro onde vivem. Duas amigas completamente diferentes, em que uma é desafiadora e indomável e outra que se alimenta da força e energia da amiga para evoluir, aprender e assim acompanhar a sua amiga genial.
O foco dos livros está na relação das duas amigas e do bairro onde cresceram. Um relacionamento, que pressentem ser para toda a vida, apesar dos conflitos. Afinal havia tanta simbiose como competição entre elas. Nos quatro livros acompanhamos toda a vida delas desde a infância até fase adulta / velhice.
São duas personagens complexas que revelam a verdadeira essência humana,
É um romance um tanto ou quanto adolescente, mas tão real
No fim, sentimo-nos tão próximos de Elena e Lila que quase acreditamos na sua existência real e que Elena Ferrante apenas nos está a contar a história de duas amigas.
A "Série Napolitana" é constituída por:
1º volume: Amiga genial
2º volume: História do novo sobrenome
3º volume: História de quem foge e de quem fica
4º volume: História da Menina Perdida
Segundo consta, estes livros vão dar origem a uma série, adaptada à televisão, pelo canal norte-americano HBO (muitas palminhas para esta novidade).
Ela era assim, rompia equilíbrios somente para ver de que outro modo poderia recompô-los.
Quando comecei a ler A verdade sobre o caso de Harry Quebert do escritor Joel Dicker não tive vontade de parar durante horas.
Fiquei presa à escrita e ao mistério do desaparecimento e morte de Nola. A história é narrada por Marcus Goldman, um célebre escritor, que numa fase de bloqueio criativo se vai refugiar na casa do seu mentor e amigo, Harry Quebert.
Este romance com traços de policial é um livro dentro de um livro, que fala sobre outro livro. É uma história construída em camadas que nos prende aos pormenores e às imensas reviravoltas.
Não vou falar sobre as reviravoltas que tornam o enredo de A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert tão dinâmico, pois iria estragar esta incrível experiência de leitura, mas não posso deixar de comentar a sagacidade de Dicker, ao introduzir no inicio de cada capítulo uma “regra” que funciona como uma dica de como escrever um livro.
Intensidade é a palavra que melhor define o livro e é sem dúvida uma excelente experiência de leitura.
Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler
Khaled Hosseini escreve de uma forma arrebatadora e dilacerante. Tem o dom de provocar as nossas maiores emoções e esta é uma história que não irei esquecer facilmente, porque nos fala de amizade, lealdade, culpa, amor, perdão, segundas oportunidades, arrependimento e redenção.
Mostra o contraste e a fragilidade da civilização humana que através de convicções politicas e religiosas impedem a dignidade e liberdade humana de poder voar mais alto. É uma história angustiante e poderosa.
Senti-me a ser educada enquanto ser humano e fez-me viajar por uma cultura tão distinta da nossa, e tive o privilégio de conhecer o Afeganistão de antes, de como era e de como passou a ser depois da conquista Talibã.
Apetece-me contar todos os pormenores desta incrível história mas não posso porque o que eu gostava mesmo era de vos convencer a ler este livro intenso, por isso vou falar apenas um pouquinho para aguçar a curiosidade:
Amir e Hassan cresceram juntos, apesar das diferenças sociais que os separavam. Amir era de boas famílias e Hassan de uma etnia afegã diferente (Mongois) o que não lhes permitia aprender a ler e a escrever, já que eram considerados inferiores na comunidade.
A amizade era tão forte que Hassan era capaz de dar a vida pelo amigo. Mas eles eram pessoas muito diferentes.
Hassan era leal e corajoso e Amir cobarde e fraco e tudo o que mais queria era ganhar a competição de papagaios de papel que acontecia em Cabul todos os anos, apenas para impressionar o pai.
O lançamento de papagaios era algo de muito importante para todos os habitantes que viam os céus de Cabul encher-se de cor e animação.
Mas num desses concursos de papagaios tudo muda, e as vidas dos dois muda drasticamente, porque quando Hassan mais precisou de Amir esse foi cobarde e virou-lhe as costas sendo o primeiro acto de traição dele. A partir desse dia Amir começou a carregar a culpa dos seus actos pelo resto da sua vida.
O fantástico enredo e testemunho histórico tem no voo do papagaio a alegoria à liberdade. Liberdade que não foi duradoura e que transformou o Afeganistão num país dominado pela guerra.
Da mesma forma que esta amizade foi destruída também a normalidade do Afeganistão foi afectada pela desumanidade da guerra.
"A vida é um comboio... Não o percas". Este livro fala-nos de como uma acção pode condicionar a nossa vida e a dos outros e que "Quando contamos uma mentira, roubamos a alguém o direito da verdade".
É um romance poderoso, que nos demonstra o verdadeiro sentido da amizade e sacrifício, em que as personagens se definem pelas suas acções.